Nenhum dos 2.600 inscritos conseguiu passar
no concurso para juiz do Trabalho na Bahia. O resultado foi divulgado
na segunda-feira (2). Os candidatos pagaram R$ 217,00 para participar da
seleção e poderiam ganhar vencimento base de R$ 14 mil caso passassem
no certame, que teve cinco etapas.
Após a primeira prova, em dezembro de 2012, sobraram 300 pessoas para
a segunda etapa. Na terceira etapa, quando apenas 61 pessoas
concorriam, a prova exigia a redação de uma sentença sobre prazos
processuais e incorporação de gratificações. A nota mínima exigida era
seis, mas nenhum candidato conseguiu mais do que cinco, segundo o
Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5).
Danilo
Gaspar foi um dos candidatos que fizeram a prova. Com cinco anos de
formatura, o advogado afirma que até agora não entendeu a eliminação de
todos os concorrentes.
"A prova de sentença é uma prova muito
grande, muito complexa e que só pode ser feita a mão, em um prazo de
quatro horas. Dentro desse contexto, espera-se também que a correção
leve em conta todos esses fatores", defende o candidato.
O concurso para juiz do Trabalho pretendia preencher nove vagas que
existem na Bahia para reforçar a demanda dos cerca de 1.500 processos
que dão entrada todos os anos na Justiça pelo estado.O salário
inicial de um juiz trabalhista chega a R$ 14 mil, sem gratificações.
Andrea Presa, presidente da Associação dos Juízes do Trabalho
(Amatra-5), reagiu com naturalidade ao resultado e citou possíveis
soluções para a falta de juízes.
"Se esse resultado se
confirmar, o Tribunal poderá abrir edital de remoção para que outros
magistrados de outras regiões venham para suprir e abrir um outro edital
desse concurso", relatou.
Taíse Bandeira, presidente da comissão de concursos da Ordem dos
Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA), aponta que os candidatos
reprovados podem tentar reverter o resultado das provas na Justiça comum
e que muitos deles já enviaram documento para a entidade reclamando da
dificuldade da prova.
"A reclamação era dizendo que o espelho
da prova não era condizente que uma pessoa que estava pleiteando o cargo
de juiz, que aquilo era uma avaliação inicial". Segundo ela, a OAB teve
um representante que acompanhou e corrigiu a prova, que estaria
condizente com o cargo pleiteado pelos candidatos.
Fonte: G1.